Business Process and Operations

Explorando as vantangens dos ecossistemas

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Não é de agora que vemos como o desenvolvimento tecnológico influencia o mercado, possibilitando a criação de novos setores, ao mesmo tempo que faz desaparecer setores até então vistos como consolidados. Essas mudanças fizeram com que novas organizações aparecessem, as chamadas “digital natives”, que não pertecem a uma determinada indústria e possuem maior agilidade e flexibilidade para acompanhar a evolução tecnológica.

Já as organizações tradicionais, ou “nondigital natives” apesar de estarem olhando para as oportunidades entre os setores e para as ameaças que podem impactar seus mercados, muitas vezes ainda não sabem como repensar a estratégia, para juntar-se aos ecossistemas existentes ou criar novos.

Os ecossistemas ajudam as organizações a acessarem recursos críticos que de outras formas não estariam disponíveis ou seriam muito difíceis de se obter. Ao fazer parte de um ecossistema, abre-se o caminho para acessar novos mercados, novas geografias e construir novas capacidades, por meio das parcerias formadas.  Algumas organizações enfrentam um custo de entrada maior que o impacto em receita, o que desencoraja a iniciativa. Como então incentivar a entrada para que as organizações possam engajar no ecossistema com confiança e rentabilidade?

De acordo com a pesquisa realizada pelo IBM Institute for Business Value*, 49% dos executivos pesquisados na América Latina entendem que os ecossistemas mudarão as atividades primárias ou as áreas de foco das organizações. Exemplos do impacto dos ecossitemas nas indústrias são evidentes.

No varejo, a transição para plataformas capacitadas por tecnologias permitiram a transição do consumo passivo para uma participação mais ativa, onde o consumidor escolhe como interagir e consumir. Já no setor automotivo, os modelos tradicionais estão sendo substituídos por serviços de mobilidade que possibilitam “anywhere, anytime”. Ao invés de investir na compra de um carro, a nova geração procura formas de ir de um lugar a outro da forma mais conveniente. No setor financeiro, os bancos passam a fazer parte de amplos ecossistemas, atuando como orquestradores, para que seus clientes tenham acesso a serviços inovadores, independente de o banco prestar o serviço diretamente ou não.

Nos três casos, as mudanças são decorrentes do comportamento e preferências do consumidor mais digitalizado, consicente e exigente. À medida que a competição aumenta, mais e mais indústrias irão convergir buscando agilidade, flexibilidade e inovação. Quem ganha é o cliente, que poderá desfrutar de uma experiência de ponta-a-ponta, por meio de um único acesso, sem sair do ecossistema. A digitalização é fundamental nesse contexto, já que reduz os custos de transações, incentiva a criação de novas relações e promove ganhos de eficiência.

Estudo da Confederação Nacional da Indústria** (CNI) aponta que de 24 setores, 14 estão defasados em relação aos rivais globais na adotação de tecnologias que compõe a “indústria 4.0”. A chamada quarta revolução industrial é baseada na digitalização e robotização das fábricas e processos produtivos. A automação inteligente ajuda as organizações a criarem novos produtos e serviços personalizados, melhorar suas operações, reduzir custos e aumentar a eficiência. Em um ecossistema de Internet das coisas (IoT), por exemplo, as máquinas inteligentes podem aprender a partir de outros dispositivos conectados para melhorar suas ações.

As tecnologias digitais fornecem a base e o motor em que os ecossistemas emergem e evoluem. Com o avanço da mobilidade, inteligência artificial, advanced analytics e robotização é possível ter uma visão única do cliente com eficiência. É essa visão que reflete uma organização que abraça a transformação digital, pois, repensa suas estruturas, operações e governança a partir de uma perspectiva centrada no cliente.

Ecossistemas usam dados para oferecer experiências de ponta a ponta, enquanto que, a computação cognitiva permite que essas experiências sejam aprofundadas e ampliadas. Uma importante cadeia mundial de café criou experiências personalizadas aplicando análise cognitiva. Os dados externos, como clima e notícias, são continuamente combinados com dados internos a partir de programas de fidelidade e plataforma de CRM para prever preferências e demanda a um nível individualizado.

Os benefícios da participação em um ecossistema podem ser determinados pelo papel que a organização terá, mas é necessário encontrar oportunidades de colaboração para incentivar a inovação e entender que tipos de dados os integrantes do ecossistema podem gerar e compartilhar para melhorar a experiência do cliente e gerar rentabilidade com a monetização dos dados.

 

Thais Marca
General Manager e Managing Partner da IBM Services, América Latina

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