Como limpar o plástico que sufoca os oceanos?

By 11/09/2017

Quando me formei no ensino médio, entrei em uma banda de rock. Eu pensei que estava vivendo o sonho. Então, um dia, acordei preso em uma cama. Um acidente de carro quase me matou. Eu tinha 21 anos.

Então, eu tive uma epifania.

Tive uma revelação sobre o que eu queria fazer com a vida. Eu queria ajudar a mudar o mundo. Eu queria inspirar, criar e estruturar soluções que ajudassem a combater problemas globais como pobreza e poluição.

Uma visão para ajudar a combater a poluição

A poluição global é causada por uma grande quantidade de problemas, e todas elas desesperadas por soluções estratégicas. Um desses problemas é o fluxo crescente de plástico poluindo os oceanos.  Cerca de 8 milhões de toneladas de plástico vão para os oceanos todos os anos. A maioria das pessoas não têm essa visão. Elas não vêem esse plástico nas praias que visitam. Mas há pessoas que vêem isso todos os dias.

Essas pessoas geralmente vivem em áreas desfavorecidas. Elas convivem com camadas e camadas de garrafas e outros plásticos que cobrem suas praias, flutuam na sua água e invadem a costa.

Em 2013, um empresário chamado David Katz imaginou uma maneira de conectar essas pessoas com centros de reciclagem, para que o plástico descartado tivesse algum valor. Ele queria ajudar as pessoas a ver o plástico como uma oportunidade de renda esperando por eles na praia. E eu queria ajudar David a conduzir essa mudança.

A visão se tornou uma solução com o blockchain

David e eu fundamos então a The Plastic Bank. Nós lançamos nosso primeiro mercado de reciclagem de energia solar no Haiti. Nesse mercado, pessoas podiam trocar plástico por carregadores solares de celular e outros itens de necessidades básicas. Nós criamos uma marca para o nosso plástico reciclado, o Social Plastic, para que as empresas pudessem anunciar quando o usam e apoiam a causa.

O The Plastic Bank cresceu rapidamente e, de repente, nós nos vimos na necessidade de processar e rastrear transações com empresas ao redor do mundo todo. Nós também queríamos ser capazes de pagar as pessoas que coletavam o plástico, para que eles pudessem comprar coisas essenciais sempre que precisassem. Com apenas um pouco de reserva financeira, eles poderiam sair do ciclo diário de luta por sobrevivência.  Mas nós sabíamos que o dinheiro vivo poderia ser arriscado para eles. Pessoas que andam com dinheiro se tornam alvos.

Nós precisávamos de um sistema de transação segura que pudesse ser escalado exponencialmente, servindo tanto as grandes empresas quanto as pessoas mais vulneráveis.

Nós percebemos que todos – até mesmo as famílias em áreas desfavorecidas – possuíam celulares capazes de realizar transações digitais. Transações digitais por meio de blockchain são seguras, evitam o risco de carregar dinheiro vivo, e criam um registro permanente que as empresas podem rastrear. Nós trabalhamos com a IBM e sua parceira Cognition Foundry para criar uma solução de blockchain com a Hyperledger Fabric framework em um sistema IBM LinuxONE.

A arte da reciclagem refinada

Agora, pessoas sem muitos recursos podem sair e coletar plástico para servir como fonte de renda para suas famílias e colocar seus filhos na escola. Eu sinto que isso tem trazido esperança, orgulho e dignidade para a arte da reciclagem e ainda tem ajudado a limpar o mundo ao mesmo tempo. E é isso que o blockchain está fazendo por nós.

Quando eu descobri que isso era possível, eu tive um momento de clareza e percebi que a tecnologia poderia preencher uma lacuna. Nós poderíamos liberar a criatividade… todas as possibilidades agora estão fluindo, e eu percebi que nós estamos fazendo mais do que um sistema de reciclagem. É, na verdade, uma plataforma global que serve de canal para a mudança.

A plataforma abriu a porta para que pessoas mudem o mundo de forma exponencial.

Este ano, nós já expandimos nossas operações para as Filipinas e estamos preparando operações na Indonésia e no Brasil. Nós queremos empoderar todos para serem parte dessa mudança. Nossa meta é alcançar todo o planeta.

Não há limites nessa visão.

Para saber mais, veja a entrevista com Shaun Frankson (em inglês).

[autopilot_shortcode]