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O que eu aprendi com Hidden Figures

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Algumas semanas atrás, fui ao cinema com uma amiga para assistir o filme Hidden Figures ou traduzido para o Brasil, “Estrelas Além do Tempo”.

Estava muito ansiosa para ver o filme, pelas 3 indicações que recebeu para concorrer ao Oscar 2017 para Melhor filme, Melhor atriz coadjuvante e Melhor roteiro adaptado, e também pela propaganda que se espalhava nos corredores da IBM Brasil, empresa na qual trabalho, onde não se falava de outra coisa a não ser sobre a atuação das máquinas “mainframes” da IBM.

Confesso que sai da sala do cinema extremamente impactada pela belíssima história real de três mulheres, matemáticas afro-americanas de classe média, que trabalharam na NASA e tiveram uma contribuição significativa para o sucesso do projeto, que levaria o Estados Unidos, que até então travava uma disputa silenciosa contra a União Soviética, a vencer a corrida espacial para levar o primeiro homem à orbita da Terra, na década de 60.

Depois de pesquisar, descobri que o filme é inspirado no livro de mesmo nome da escritora Margot Lee Shetterly, e já entrou para minha lista de livros de 2017.

Ao ler a sinopse de Hidden Figures, pensamos que é apenas mais um, dos tantos filmes, que fala sobre o papel da mulher na sociedade, luta contra o preconceito racial e empoderamento feminino. E claro que sim, o filme aborda todos esses temas, e sim essa mensagem precisa ser repetida milhares de vezes. São exemplos de mulheres que lutaram para fazer com que tenhamos o espaço que temos hoje e para que motive outras tantas mulheres a continuar lutando por igualdade de gênero.

O filme é extremamente rico em exemplos de liderança, determinação, inspiração, relacionamento com o outro e tantas outras coisas que nos toca profundamente.

As personagens do filme: Katharine Johnson (Taraji P. Henson), responsável por fazer os cálculos de reentrada da cápsula espacial, Dorothy Vaughan (Octavia Lenora Spencer), uma das únicas supervisoras (não formalmente) negras da NASA e Mary Jackson (Janelle Monáe), primeira engenheira negra da NASA, eram consideradas “computadores humanos”, mulheres negras que eram contratadas para fazerem os cálculos e análises de trajetórias, que mais tarde, com a ajuda dos mainframes da IBM, criariam os cálculos que permitiram que John Glenn se tornasse o primeiro astronauta americano a orbitar a Terra.

Em ordem: Janelle Monáe, Taraji P. Henson e Octavia Lenora Spence

Nesse artigo, quero compartilhar o que eu aprendi assistindo o filme.

Histórias de Superação

  • Katharine Johnson: desde de pequena mostrava um talento surpreendente para a matemática. Concluiu o ensino médio aos 14 anos, e aos 18 anos se formou em matemática e francês, depois de ter feito todos os cursos de matemática possíveis. Em 1953, ela entrou para a NASA, e passou a ser um dos “computadores humanos”. Seu principal trabalho era ler os dados das caixas-pretas de aviões e realizar outras tarefas matemáticas precisas. Então, um dia, Katherine foi temporariamente designada para ajudar uma equipe de pesquisa de voo, composta por homens. O conhecimento de Katherine em geometria analítica a fez conquistar a confiança dos colegas e superiores homens, a ponto de esquecerem de devolvê-la para seu antigo setor. Mas não foi tão simples assim, ela teve que enfrentar barreiras de raça e gênero, como por exemplo usar um banheiro que ficava a aproximadamente 40 minutos a pé da sua estação de trabalho, pois não podia usar o banheiro de brancos, ou ter a xícara de café separa dos demais. Mas nada fez com que ela desistisse do seu trabalho, ela era a melhor, assertiva e ousada.

“Eu contava tudo. Contava os passos na rua, os passos até a igreja, o número de pratos que eu tinha lavado. Tudo o que pudesse ser contado.

  • Mary Jackson: foi uma afro-americana formada em matemática e física. O amor pela ciência e o compromisso de melhorar a vida das pessoas à sua volta eram seus princípios de vida. Mary iniciou sua carreira na NASA como Computador Humano. Ela se especializou em analisar dados de experimentos com túnel de vento e com aeronaves nos vários experimentos conduzidos pela NASA. Também foi a primeira mulher negra a se tornar engenheira, depois de lutar contra as regras existentes na época, em que mulheres negras não podiam estudar com homens. Quando seu chefe a incentivou a estudar, dizendo que ela devia ser engenheira, ela respondeu: — Sou uma negra, não vou sonhar em fazer o impossível, se eu fosse homem eu já seria engenheira. Depois, ela vai a luta e acaba se tornando uma engenheira espacial.
  • Dorothy Vaughan: Ela foi a primeira mulher negra a ser promovida supervisora do departamento na NASA. Liderança é uma palavra que sempre a acompanhou, e com isso ajudou a desenvolver as carreiras de Katherine Johnson e Mary Jackson, as indicando a assumir novas posições. Era muito estudiosa, e teve uma super sacada quando os computadores não humanos, como eram chamados, da IBM foram introduzidos na NASA, e ninguém sabia como usá-los. Ela foi responsável por programar os mainframes e mais que isso, ensinar todas as mulheres do departamento em que ela liderava. Foi uma das primeiras programadoras de computador, tornando-se proficiente em linguagens de computação, como FORTRAN, por exemplo.

Nada de preconceito, ensine uma menina a consertar carros.

A primeira cena mostra as três mulheres paradas na rua com o carro quebrado, Dorothy estava tentando consertar o carro. Uma das coisas que ela havia aprendido com o pai dela enquanto ainda era pequena. É o que ela diz para o guarda que as encontra na rua. Essa cena mostra que igualdade de gênero começa dentro de casa. Para muitos consertar carros, mexer com mecânica, trabalhar na área de tecnologia, e tantas outras profissões, são atividades apenas para homem, e na boa, isso é uma tremenda bobagem. Meninas podem ser o que elas quiserem. O papel da sociedade é estimular isso, e se possível que comece em casa. Tenho certeza que o incentivo do pai de Dorothy foi fundamental para a ela se reconhecer enquanto mulher, e não se limitar ao óbvio.

Confesso que Dorothy, entre as três personagens, é a minha favorita.

Ousadia em tudo que fizer

As estrelas além do tempo ou as figuras escondidas, viveram em uma época em que a segregação racial nos Estados Unidos ainda estava em vigor, e isso significava, em termos gerais, que havia separação de pessoas por discriminação racial em instalações públicas e privadas, serviços e oportunidades. Negros não ocupavam o mesmo lugar do branco, para se ter uma ideia do tamanho do ridículo, os banheiros eram separados. Com esse cenário, as personagens do filme foram extremamente ousadas, ou como muitos dizem, foram a frente do seu tempo. Elas se posicionaram frente as oportunidades que não existiam e sim que elas criaram.

Ousadia significa uma característica ou particularidade do que é ousado, que possui valentia ou coragem. E vamos combinar que essas mulheres tiveram muita coragem. Coragem para lutar por um futuro melhor, para elas e para sua família, coragem para enfrentar seus maridos e uma sociedade preconceituosa, e sobretudo para não desanimar diante das dificuldades.

A primeira orientação que Katherine recebeu da sua superior antes de entrar para o Grupo de Teste Espacial foi:

“Nunca tivemos um negro naquela sala, então por favor não me constranja.”

Se ela não fosse uma pessoa corajosa ela teria desistido naquele momento, ou em tantos outros que o filme mostra.

Estude. Seja incansável. Adapte-se

Quando as máquinas mainframes da IBM chegam à Nasa e chamam a atenção de todos por ocupar uma sala inteira e por ninguém saber como pilotá-las, é que a minha preferida, Dorothy, que até então supervisionava a ala dos computadores humanos percebe que tem apenas duas opções:

Primeira: ser uma das pessoas que sabiam programar os novos computadores,
Segunda: em curto espaço de tempo, cumprir aviso prévio na NASA, pois não teria mais função.

Ela então, maravilhosamente, opta pela primeira opção e começa a estudar dia e noite para aprender a programar as máquinas. Ela invade a sala que ficavam os computadores para ler o manual e ver o que precisava fazer para que os computadores funcionassem.

Prepare-se para o futuro.

O filme nos mostra que, à medida que a tecnologia evolui, novos desafios se apresentam para os profissionais, e novas oportunidades surgem no mercado de trabalho. Enquanto muitos estavam com medo de que a máquinas da IBM iriam roubar os seus empregos, Dorothy percebeu que não era bem assim, alguém precisava lidar com aquelas máquinas, e é aí que surgem novas oportunidades de trabalho.

Precisamos sempre estar atentos as novas oportunidades, não devemos ficar estagnados. Aplicado aos dias de hoje, em que muito se escuta sobre a era da inteligência artificial, e que robôs vão substituir humanos, peço que fiquem tranquilos, a tecnologia contribui para desenvolvimento humano e novas profissões surgem.

A importância de um bom líder

O filme também mostra alguns exemplos de boas lideranças, e aqui quero destacar o personagem Al Harrison, o líder do Grupo de Teste Espacial, um cara super exigente, mas que sabia que liderança não tem a ver com mandar.
Certo dia, ele questionou a Katherine o motivo que a fazia se afastar do trabalho todos os dias por 40 minutos, e ela responde que perdia tempo indo ao banheiro na ala dos negros. Então, Harrison decide tomar uma atitude e colocar um fim a essa triste situação, ele sai correndo pelos corredores da Nasa com um martelo e vai até o banheiro dos negros e quebra uma placa que diz “banheiros de negros” e a partir daquele ato, não existe mais separação de banheiros entre brancos e negros. A atitude de Harrison é exemplo do que um líder pode fazer quando alguém do time chega com um problema.

Links que valem a pena ser compartilhados:

Trailer do filme Hidden Figures

Compromisso da IBM com a diversidade

Posicionamento IBM sobre Hidden Figures:

https://www.ibm.com/thought-leadership/hidden-figures/

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